domingo, 18 de agosto de 2013

Uma derrota nem sempre é uma derrota

"    - Sim, Skrymir era eu mesmo! - disse Utgardloki com um grande riso. - Aquelas três pancadas que me desferiu com seu martelo, seguramente, teriam-me esfacelado o crânio, caso me tivessem realmente atingindo! Mas fui hábil o bastante para enganá-lo no momento certo, entrando para debaixo da terra, de modo que suas pancadas atingiram enormes montanhas, produzindo aquelas fendas profundas, que podem ver lá adiante. Os três asgardianos olharam naquela direção e viram três grandes abismos que o martelo de Thor abrira naquelas encostas.

    - Da mesma forma, foram enganados nas outras disputas - continuou a dizer o gigante.
    - O adversário de Loki na disputa da comilança não foi outro senão o próprio Fogo, que devora tudo quanto encontra pelo caminho. Já aquele contra quem Thialfi disputou a corrida era o Pensamento, sendo impossível a qualquer um correr na mesma velocidade que ele.
    
     [...] - Quanto a você, poderoso Thor, jamais poderia ter esvaziado aquele imenso chifre, pois ele estava ligado na outra ponta ao inesgotável oceano; mesmo assim, se olhar bem na direção do mar, verá que ele está com a maré bem baixa, o que prova a quantidade prodigiosa de água que engoliu!

    Quanto ao gato, cumpre dizer que operou um feito não menos invejável, pois aquele bichano era na verdade a serpente Midgard, a vasta serpente que contorna toda a Terra com duas longas espirais. Ficamos verdadeiramente espantados quando vimos que havia conseguido erguê-la um pouco acima do chão.

    Mas, de todas as derrotas, com certeza, a menos infamante foi a que lhe pareceu a mais vergonhosa: Pois aquela velhota contra a qual lutou era a própria Velhice e jamais alguém pôde vencê-la em tempo algum."

Moral da história: Uma "derrota" nem sempre é o que parece (uma derrota).

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